O consórcio vive um momento sem precedentes no Brasil. Em julho de 2025, o número de consorciados ativos ultrapassou 12,04 milhões, o que representa um crescimento de 12,5% sobre julho de 2024.
Foram vendidos 2,88 milhões de cotas no acumulado de janeiro a julho — um aumento de cerca de 15,2% sobre o mesmo período do ano anterior. Os negócios movimentados somaram aproximadamente R$ 270 bilhões, 33,9% mais que no período equivalente em 2024.
Também houve avanço nas contemplações: quase 1 milhão de pessoas foram contempladas no mesmo acumulado de meses, com créditos liberados de mais de R$ 67,8 bilhões.
O crescimento não é generalizado igual em todos os segmentos; alguns impulsionam o recorde mais fortemente:
· Veículos leves: mais de 5,13 milhões de consorciados ativos.
· Motocicletas: aproximadamente 3,11 milhões.
· Imóveis: cerca de 2,45 milhões de ativos.
Outros segmentos (pesados, serviços, eletroeletrônicos) também cresceram, embora com variações, alguns até com ligeira retração.
Com a taxa básica Selic alta —próximo a 15% ao ano em determinados momentos recentes, o financiamento bancário tradicional ficou muito mais caro.
O consumidor que compara o custo total de um financiamento (juros, seguro, taxas) percebe que pode pagar muito mais do que o valor real do bem ao longo do tempo. Esse peso torna o consórcio uma alternativa mais atraente para quem pode esperar.
Segundo a ABAC, há um “crescente hábito de planejar as finanças”, em calcular custos, pesquisar alternativas e assumir compromisso financeiro com consciência.
Isso significa que consumidores estão mais atentos ao “custo escondido” de uma dívida com juros compostos, preferindo modalidades mais previsíveis, mesmo que com espera para contemplação.
Em cenários de inflação persistente, instabilidade econômica ou risco de juros ainda maiores, há tendência de retração no crédito bancário: exigências mais rígidas, taxas de aprovação de financiamento menores, maior entrada exigida.
O consórcio, por sua vez, exige menos burocracia em muitos casos, não depende de crédito aprovado continuamente, e tem custos mais fixos e previsíveis.
Alguns fatores pesam a favor:
· Sem juros: o consórcio não cobra juros (elemento que pesa bastante num financiamento).
· Taxa de administração: embora existam taxas de administração e possíveis reajustes, elas costumam ser menores que a carga de juros bancários no longo prazo.
· Diversificação de opções: diferentes grupos, diferentes prazos, diferentes tipos de bens. Quem busca imóvel, moto, carro ou bens móveis duráveis encontra opções.
· Ticket em alta: em julho de 2025 foi de ~R$ 112.520, o que indica que não são só cotas baratas; há busca por bens de maior valor.
· Mesmo com todas as vantagens, o consórcio não garante data fixa de contemplação; para muitos, a espera pode ser um problema.
· Os valores das cartas de crédito, taxas de administração e eventuais reajustes precisam ser bem avaliados.
O consórcio parece estar se consolidando como mais que uma alternativa: uma pedra fundamental no planejamento de aquisição de bens no Brasil moderno com:
· Juros mantidos altos ou instáveis;
· Consumidores mais educados financeiramente;
· Necessidade de planejamento financeiro firme;
· Administradoras oferecendo melhores condições, transparência e ritmo de contemplações plausível; o consórcio tende a continuar crescendo, não apenas nos números de participantes, mas em confiança e relevância.
O recorde histórico de mais de 12 milhões de participantes ativos em consórcio não é apenas uma curiosidade estatística —é o reflexo de um momento econômico e social em que comprar com planejamento passou a ser mais valorizado do que parcelar ou financiar com juros altos.
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